sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ele se sentia mal, se sentia excluído, para ele era o fim, mesmo sabendo que era novo, que podia superar tudo aquilo, não aguentava mais acordar com os olhos úmidos e ir dormir da mesma maneira, sabia que desistir seria fácil, pois conhecia varias maneiras de acabar com todo aquele sofrimento, sabia que sua frustração desapareceria no ato, poderia ser doloroso, poderia ser vergonhoso, mas ele conseguiria, e se todos estivessem certos, ele poderia ir para um lugar melhor, poderia ir para o famoso "céu", ou descer ao lugar mais obscuro já descrito.
Mas ele não tinha medo, ele só queria sair dali, queria acabar com todo aquele sofrimento que corroia seu coração, e a solidão não era um problema, pois mesmo vivo ele estava só, mesmo quando tentava ficar feliz sempre tinha algo para o deixar para baixo, e as lamentações se amontoaram e mesmo que ele tentasse esconder não havia como, então foi simples, foi até a cozinha, olhou o cômodo que tinha passado alguns momentos bons, e ficou um pouco nostálgico, as lagrimas tomavam conta dele, abriu as gavetas e viu os talheres, a cor cinzenta o deixava feliz, pegou uma faca, sabia que aquela estava afiada, e começou a passa-lá lentamente em seu pulso e com agilidade passou a faca muito rápido, e a única coisa que ouviu foi a faca caindo no chão e sentiu o seu sangue quente jorrar pela cozinha, e sentiu a escuridão tomar conta de seu corpo, que por alguns minutos permaneceu inerte no chão, chão esse que ele nunca mais veria.